O artigo 165 do Código de Trânsito Brasileiro determina que é pena gravíssima dirigir sob a influência de álcool em nível superior a seis decigramas por litro de sangue. A pena para esta infração compreende multa, retenção do veículo e suspensão do direito de dirigir. O uso de álcool é responsável por graves acidentes de trânsito, envolvendo muitas vezes a morte da pessoa embriagada e a morte de terceiros. Há uma estatística mundialmente aceita que aponta que em pelo menos 5% dos acidentes automobilísticos há o envolvimento de uma pessoa embriagada.

Bethany Rivas morreu ao voltar de uma festa no mesmo veículo em que um colega dirigia sob o efeito do álcool. Esta poderia ser mais uma história como tantas outras que temos ouvido.

De tempos em tempos casos como o de Bethany chocam a sociedade.

Recentemente, em Curitiba, por exemplo, um então deputado colidiu com o veículo de dois rapazes por conduzir alcoolizado e em altíssima velocidade (mais de 190km/h). A comunidade está chocada por ver que aquele que deveria dar o exemplo à sociedade foi o causador do acidente que ocasionou a morte dos jovens.

Por quê a história de Bethany é diferente?

Para saber mais a respeito deste depoimento, que apesar de triste é simplesmente lindo e impactante, leia as postagens "Carta aos amigos após o funeral", "Carta ao antigo Pastor" (detalhando os eventos relacionados à morte de Bethany e os milagres ocorridos) e a "Carta da mulher que aplicou a reanimação cardio pulmonar em Bethany".

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Carta ao antigo Pastor detalhando os eventos relacionados à morte de Bethany e os milagres ocorridos

Querido Pastor Wright,

Seis semanas atrás eu e minha família sofremos uma tragédia terrível. Minha filha de 19 anos foi morta em um acidente de carro dia 6 de março. Como você sempre foi uma inspiração para mim e o Clark no seminário e também muito envolvido com a Bethany quando ela era menor, eu quero te contar sobre a vida e morte dela e de como coisas milagrosas aconteceram pouco antes de ela morrer... particularmente com relação a um sermão que o senhor pregou anos atrás. Você foi o pastor que dedicou Bethany à Deus e impôs as mãos para que ela fosse mais tarde curada (juntamente com outros professores do seminário e presbíteros da igreja), quando descobrimos que os olhos dela eram severamente estrábicos e ela precisaria de uma séria cirurgia nos olhos. Se você ainda se lembra, a cirurgia foi mal-sucedida e ela teve que usar pequeninos óculos tri-focais. Quando nos mudamos para o Texas, ela foi milagrosamente curada além do que a ciência ou a medicina pudessem explicar (mas eu te explicarei sobre isso no final da carta). Saber que Deus esteve presente durante cada momento dessa tragédia foi a única coisa que nos ajudou. As pessoas me perguntam como eu posso prosseguir... como a vida poderá ser normal novamente. Não poderá. A cada manhã eu acordo tendo que me dar conta de que ela se foi. Eu costumava ter pesadelos onde eu pensava que alguém estava atrás de mim ou que meus filhos estavam perdidos. Eu acordava transpirando, com o coração pesado e então sentia uma onda de alívio quando me dava conta de que havia sido apenas um sonho. Agora, pela primeira vez em minha vida, eu acordo para o pesadelo. Leva um momento para me dar conta da verdade de que minha filha está morta... e derepente uma náusea e um sentimento de terror me faz perceber que dessa vez o pesadelo é real. Aí então... também derepente... uma enchente calorosa me inunda. É uma força sobrenatural que acalma minha respiração e me dá forças para enfrentar o pesadelo e superar minha perda. Deus tem estado muito mais próximo de nós nessa tragédia como Ele nunca havia estado antes. Como meu marido disse a um amigo, durante esse tempo da nossa mais profunda angústia, nós sentimos o Seu maior amor e conforto . É um fenômeno maravilhoso.

O que eu mais queria te contar, no entanto, são alguns dos eventos que permeiam a morte da Bethany e como Deus nos preparou para tal. Muitos anos atrás quando nós estávamos atendendo a um seminário, você pregou um sermão sobre os três hebreus na fornalha. Você disse que eles não estavam sozinhos, havia um quarto homem com eles, o Filho de Deus. Disse que não importasse o quão terrível a provação ou o quão quente fosse a fornalha, Deus estaria sempre conosco. Nós não seríamos isentos dessa fornalha (provações) mas Deus nos daria força para suportarmos. Nós não seríamos consumidos pelo fogo.


Por alguma razão aquela mensagem me comoveu tão profundamente que eu solicitei uma fita cassete. É como se Deus estivesse dizendo “Escute bem, essa mensagem é para você.” Foi o único sermão que eu solicitei uma gravação durante os 4 anos de seminário. Eu o escutava na cozinha enquanto lavava a louça. Me lembro bem. Quando a Bethany tinha um ano e já usava os pequenos óculos, brincando pela cozinha com o seu pequeno ônibus amarelo, as rodas faziam um barulho tão alto que eu aumentava o volume para poder escutar a mensagem claramente. É como se estivesse guardando-a para usar futuramente.

Isso foi há 18 anos. Eu não me recordo de ninguém mais pregando aquela mesma mensagem até 7 semanas atrás. Meu marido e eu pastoreamos por muitos anos até que ele começou a trabalhar num emprego secular que pagava mais para que pudéssemos comprar uma casa. Nós nos mantivemos muito ativos na nossa igreja e educamos nossos filhos com devocionais em família e os encorajamos a ter os seus próprios quando crescessem. Todos os parentes nas duas partes da família são cristãos devotos. Quando criança, Bethany era extremamente espiritual, convidando com freqüência muitos de seus amigos da escola para virem à igreja. Muitos foram salvos através de seus esforços. O maior desejo dela era evangelizar e alcançar o perdido. Na verdade, a última vez em que ela escreveu em seu diário era uma página em que ela se perguntava sobre suas esperanças e sonhos para o futuro. Ela escreveu que queria ir para uma faculdade cristã e então se tornar uma jovem evangelista e levar o “fogo de Deus”. Com isso ela incluiu um sermão e o marcou como primeiro, como se estivesse pensando em escrever vários outros (estranhamente, a mensagem encerra dizendo que a morte não é o fim mas o começo. Essa foi a última frase de seu diário). Depois de um tempo, no entanto, assim como muitos adolescentes, Bethany começou a relutar com a sua fé. Quando ela fez 18 anos ela saiu de casa e foi morar com o namorado. Não é necessário dizer que isso quebrou nossos corações e nós não quisemos falar com ela por semanas. Finalmente eu e o Clark visitamos um conselheiro cristão que perguntou ao Clark o que a Bethany teria que fazer para conseguir seu perdão e ter um relacionamento conosco novamente. Ele fez uma lista de coisas que ela teria que abrir mão ou mudar. O conselheiro então perguntou gentilmente: “O que Deus o fez abrir mão ou mudar para que Ele tivesse vontade de te amar, te perdoar e se relacionar com você, Clark?”. Nós subitamente entendemos que deveríamos amar nossa filha incondicionalmente, bem como Deus nos ama. Nós pedimos a Bethany que nos perdoasse e dissemos que a amaríamos para sempre, não importasse o que. Ela também nos pediu perdão e nos disse que nos amava também. Depois desse episódio nos reaproximamos bastante apesar de ela ainda morar fora de casa. Durante dois anos todas as manhãs eu orava a Deus em meus devocionais que a trouxesse novamente pra perto Dele.

Como eu disse, eu não me lembro de ter ouvido aquela exata mensagem que você pregou até 7 semanas atrás. Nosso pastor a intitulou como “O Quarto Homem”. Imediatamente eu me lembrei do seu sermão. Uma vez mais uma luzinha dentro de mim se acendia. Uma vez mais eu tive a impressão que deveria ouvi-la atenciosamente... então eu fiz anotações e solicitei a gravação do CD. Nós nunca tínhamos passado por nenhuma crise muito grande e eu sequer via alguma se aproximando, mas mesmo assim solicitei o CD.

Na sexta feira seguinte Bethany e seu namorado vieram jantar aqui em casa depois de uma peça que o namorado da irmã dela participava. Depois de comer eu estava lavando a louça quando senti uma sensação forte de que deveria parar com o serviço e ficar um tempo com a Bethany. Eu ignorei e continuei lavando a louça. A sensação foi se tornando cada vez mais forte, mas eu queria terminar a louça antes de relaxar e passar tempo com as “crianças”. Então uma voz em minha mente ordenou: PARE DE LAVAR A LOUÇA E PASSE TEMPO COM A SUA FILHA! Esse obviamente não era um pensamento vindo de mim. Eu nunca diria pra mim mesma “sua filha” então eu entendi que era Deus. Eu não tinha idéia porque Deus estava me ordenando a parar de lavar a louça e ficar com a Bethany... Mesmo assim obedeci. No mesmo instante eu parei tudo e fui para a sala de estar. Nós passamos 30 minutos olhando as fotos que haviam acabado de chegar pelo correio, que nós 5 tiramos juntos para colocar no diretório da igreja. Bethany concordou em ir conosco nesse dia, até levou o namorado junto e tirou uma foto com ele também (foi a única foto formal em família que tiramos juntos e a foto que usamos em seu caixão uma vez que ele estava lacrado). O estranho foi que, apesar de fazer vários anos desde que nossa família tirou fotos profissionais juntos, eu não tinha planejado comprá-la pois as economias estavam apertadas. Bethany insistiu que nós deveríamos comprá-las e ainda fez o comentário de que nós não sabíamos se alguma vez teríamos uma próxima chance de tirar uma foto todos juntos novamente. Eu achei seu comentário muito estranho e disse que nós teríamos muitas outras chances, mas concordei em comprar as fotos. Naquela noite colocamos a foto em um porta-retrato e a pusemos sobre a lareira. Quando eles estavam saindo pela porta eu abracei a Bethany e senti uma forte sensação de lhe dizer que a amava. Eu geralmente não digo isso sem maiores motivos mas naquela noite eu obedeci a esse sentimento iminente. Eu me despedi dela e lhe disse: “Eu te amo, Bethany” e a face dela se iluminou como uma árvore de natal. Ela me abraçou novamente e me disse “também te amo, mãe”. Acenei enquanto ela entrava no carro.

Aquela seria a última vez em que eu veria minha filha viva. Aquelas foram as últimas palavras que trocamos e aquelas foram as últimas fotos que tiraríamos juntos.

Duas noites depois, domingo, 6 de março, eu fui até meu quarto planejando dormir em seguida. Porém, senti um repentino alerta de que deveria orar pela Bethany. Eu perguntei a Deus se eu poderia esperar até as 5h30 da manhã do próximo dia, quando eu regularmente tinha meus devocionais e orava por ela, mas esse sentimento realmente era de urgência... de que eu deveria orar por ela agora. Então eu orei. Comecei como sempre oro, pedindo para que Deus a trouxesse novamente para junto Dele e a protegesse enquanto ela estava longe de sua Presença. Mas por algum motivo eu sentia que deveria orar de uma maneira diferente dessa vez. É como se Deus estivesse me dizendo para “liberá-la”. Eu não senti mais paz pedindo para Ele que a protegesse. Eu sabia que Ele queria que eu orasse apenas para trazê-la pra perto Dele novamente, não importa o que acontecesse.

Eu honestamente não podia orar aquilo. Eu amava minha filha e não queria que nada de ruim lhe acontecesse... mesmo assim eu não conseguia afastar a sensação de que dessa vez Deus estava me pedindo para me preparar para o pior.

Por uma hora eu lutei com Deus e até barganhei com Ele. Disse que EU estaria disposta a morrer se o fato de estar morta resultasse na reaproximação dela com Deus. Mesmo assim eu não sentia paz. Eu chorei sem parar por uma hora até ficar exausta. Finalmente lhe disse que a “deixaria ir” mas com uma condição: Se Bethany fosse enfrentar perigo ou morte, eu queria que Ele lhe desse cada oportunidade possível para que ela voltasse pra Ele... até o momento em que ela desse seu último suspiro. Eu implorei a Deus para me prometer que Ele enviaria alguém parar “segurá-la e orar por ela até que ela desse seu último suspiro”. Eu repeti isso diversas vezes. Finalmente eu senti uma paz me envolver, como se Deus houvesse “aceitado” a minha condição.

Rolei na cama e olhei para o relógio. Eram 23h.

Exatamente as 3h da manhã o telefone tocou. Era da sala de emergência do hospital de Orlando. Um homem disse que Bethany havia se envolvido em um terrível acidente de carro e nos pediu para ir imediatamente.

Quando chegamos na UTI do hospital o enfermeiro e o médico nos chamaram numa sala menor e fechou a porta (imediatamente comecei a ter um sentimento de como se estivesse afundando. Eu assisti no noticiário muitas vezes pessoas que perderam a vida, especialmente adolescentes que foram mortos nas rodovias. Um pavor dentro de mim me dizia que talvez agora fosse a minha vez). Eles nos disseram que a Bethany e seu namorado e um outro casal saíram de uma festa de aniversário para comprar alguma coisa. O motorista havia bebido e estava em alta velocidade, talvez há mais de 140km por hora. Ele perdeu o controle do carro numa curva e atingiu uma árvore. A amiga de Bethany, Crystal, foi morta instantaneamente. Bethany havia sido encontrada ao lado da rodovia e sobreviveu por mais 30min. Eles não nos deixaram vê-la. Raios-X mostraram que ela quebrou quase todos os ossos do seu corpo, exceto um. Foi como se ela tivesse pulado de um avião e seu pára-quedas não tivesse aberto. O paramédico não tinha absolutamente nenhuma explicação de como ela pode sobreviver por 30min após o acidente.

Tomada por choque e terror, meu marido e eu nos demos as mãos enquanto descemos o corredor escuro do hospital. Eu encarava os azulejos no piso e tentava controlar o pânico que crescia dentro de mim. Derepente notei que a cada passo que eu dava, um versículo da Bíblia que eu havia aprendido na classe dominical (Salmo 23) se repetia na minha mente: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte... Tu estás comigo.”

As 24h seguintes foram de uma dor excruciante, insuportável, e sentíamos náuseas quando contamos à nossa família e amigos que teríamos que enterrar nossa filha. Quando o pastor chegou eu contei a ele sobre os estranhos eventos que ocorreram durante a noite em que Deus me pediu para liberar a Bethany à Ele. Agora eu entendo porque. Ele sabia que ela iria morrer. Na verdade, eu contei ao pastor todas as outras estranhas situações que aconteceram recentemente. Semanas antes eu havia separado algumas coisas para doar à Cruz Vermelha. Entre eles estavam alguns itens que a Bethany havia me dado. Um pensamento vindo de lugar algum, como uma voz, me dizia: “se alguma coisa acontecesse à Bethany, elas não serão mais tranqueiras. Serão tesouros”. Na verdade eu as separei e coloquei numa caixa e guardei. Numa outra manhã durante meus devocionais a Deus, Ele me disse claramente para escrever a Bethany um cartão e dizer a ela o quanto eu a amava e o quanto eu me orgulhava dela, e terminar dizendo que meu maior desejo era que ela estivesse no paraíso conosco assim seríamos uma família unida para sempre. No dia seguinte ela me deixou uma mensagem maravilhosa na secretária eletrônica agradecendo ao cartão e dizendo o quanto me amava. Novamente um pensamento distinto veio na minha cabeça: “Se algum dia alguma coisa acontecer à Bethany, eu terei essa mensagem para poder ouvi-la sempre”. Eu a guardei por 12 dias. Irritada comigo mesma pela minha paranóia eu decidi ignorar o pensamento e apaguei a gravação. Uma semana depois ela morreu. Também disse ao pastor sobre a promessa que eu pedi a Deus que me fizesse... para que Ele enviasse alguém para orar com a Bethany até seu último suspiro. Contei-lhe que eu me questionava quem havia tentato reavivá-la mas que eu sabia que possivelmente nunca saberia.

No dia seguinte o pastor apareceu em nossa porta com um olhar muito estranho. Ele nos contou que cedo naquela manhã um florista telefonou para a igreja e pediu que ele fosse à floricultura imediatamente para buscar algo. Eles lhe deram flores e uma carta endereçada a nós da mulher que realizou a RCP (reanimação cardio-pulmonar) em Bethany. Ela dirigiu uma hora de Groveland para Winter Garden para nos entregar a carta imediatamente. Ela disse ao florista que normalmente se deitava às 22h mas naquela noite “algo disse a ela” para não colocar seu pijama. A sensação foi tão forte que na verdade ela foi para fora de casa e sentou no meio-fio. Quando ela ouviu o barulho da colisão às 23h ela entendeu porque Deus lhe pediu para não colocar seu pijama. Todos os demais vizinhos já estavam em suas camas mas ela pôde chegar ao local do acidente no mesmo instante, realizou a reanimação em Bethany e orou com ela. Nós acreditamos, por conta dos comentários que ela fez na carta, que ela era uma Índia Nativa-Americana. Eu achei isso como uma providência divina pelo fato de eles serem educados a dar extrema importância para a alma e o espírito. Muitas vezes eles sentem o que a maioria de nós não sentimos. Eu acredito que Deus queria que fosse essa mulher em particular que estivesse com a Bethany quando ela estava morrendo. Ela pôde nos dizer que a Bethany faleceu em paz e que ela realizou a RCP (reanimação cardio-pulmonar) em Bethany mesmo depois que seu espírito já a havia deixado pois ela queria que ele “ficasse” pois ela sabia em um “nível espiritual” que ela “já estava com o pai”. Ela disse que “não foi por acaso” que ela estava sentada fora de casa às 23h quando ouviu o acidente, e que não foi por acaso que “ela respondeu às necessidades espirituais da Bethany pois ela era uma ministra de cura e que, portanto, Bethany estava em boas mãos”. O mais impressionante que ela escreveu, no entanto, foi que ela queria que nós soubéssemos que a Bethany não faleceu sozinha, mas que ela havia estado lá para “segura-la e orar por ela até que ela desse seu último suspiro”. Nosso pastor mal conseguia acreditar nisso! Uma completa estranha utilizou exatamente as mesmas palavras em sua carta que eu usei ao pedir a Deus que enviasse alguém para ficar com a Bethany. É como se suas palavras tivessem saído dos meus lábios...chego aos ouvidos de Deus... e ido para teclado do computador dela! Eu terminei minha oração exatamente às 23h e às 22h Deus já tinha alguém esperando para cumprir a promessa que me fez (minha mãe dizia que Deus muitas vezes responde nossas orações antes mesmo de pedirmos. Em meu caso isso foi verdade).

Outra coisa inusitada é que o acidente ocorreu exatamente na frente da casa de um pastor batista. Ele foi o segundo a chegar ao acidente. Nós então o visitamos e ele nos contou que ele estava junto com a mulher que estava orando em voz alta com a Bethany e que ele também orou por ela para que ela fizesse as pazes com Deus uma vez que era notável que ela estava morrendo. Ele disse que eles não saíram do lado de Bethany e que não pararam de orar um instante sequer até que o helicóptero a retirou do local (quais são as estranhas coincidências de que dois ministros foram os primeiros a chegar na cena do acidente? Nossa dor é profunda mas nossa crença de que Deus estava no controle nunca foi abalada. Steven Johnson podia não estar no controle do carro que dirigia... mas Deus sempre esteve no controle da situação).

Nós enterramos Bethany na Sexta Feira, 11 de março. Ao invés de fazer o funeral na igreja nós fizemos num ginásio com 300 lugares. Mesmo assim todos os lugares foram ocupados. O derramar de amor e suporte que tivemos foi acolhedor. O dono da empresa em que eu trabalhava fechou a empresa para que todos pudessem ir ao enterro da minha filha. Vários ex-funcionários também compareceram. Como a Bethany havia terminado o ensino médio em maio, muitos colegas e professores da sua escola vieram. Vieram também muitos funcionários e clientes do Target (supermercado americano) e da Starbucks (cafeteria americana) em que ela trabalhou que a amavam muito.

No funeral de Bethany, seu antigo pastor do grupo jovem falou sobre o sorriso dela, sobre sua personalidade vibrante e de como ela era apaixonada por queijo, de todos os tipos. Nosso pastor sênior falou sobre as dificuldades dela e comparou sua vida com a história bíblica do Filho Pródigo. Mesmo que o filho tenha partido e vivido à sua maneira, seu pai esperava seu retorno todos os dias. Quando finalmente o avistou de longe, o pai correu para encontrá-lo e lhe deu as boas vindas. Assim também é Deus, que espera longamente por nós para que “retornemos”. O pastor encerrou encorajando que todos estivessem seguros de onde iriam passar sua eternidade... pois a morte virá a nós todos e sem aviso, mesmo se formos jovens. Ele disse: “Se você está aqui hoje, acredito que foi estabelecido por Deus. Ele está lhe dando uma outra chance de começar um relacionamento com Ele para que você tenha certeza de onde irá passar sua eternidade.”

Quando ele perguntou se havia alguém que gostaria de encontrar Deus, muitos levantaram suas mãos. Nós nunca saberemos quantos creram na oração da salvação sem ao menos ter levantado suas mãos. A dor da perda de Bethany é excruciante, mas se há algo que nos conforta que possamos nos apegar é que ela realizou seu sonho de alcançar outros para Deus... mesmo que essa tenha sido a última coisa que fez.

No domingo, dois dias após o funeral, um cavalheiro da equipe de som me bateu gentilmente no ombro e me entregou o CD que eu solicitei, “O Quarto Homem”. Derepente eu entendi. Aquela mensagem sempre foi para mim. A lembrança da Bethany andando sobre seu pequeno ônibus de plástico pela cozinha enquanto eu ouvia à fita veio imediatamente. Eu não havia escutado esse sermão em 18 anos mas pouco antes da morte dela Deus a trouxe novamente. Eu entendi que mesmo que eu e meu marido tenhamos sido colocamos na fornalha, Deus estava conosco. Ele estava no canto da estrada esperando pela Bethany de braços abertos para trazê-la para casa novamente. Em sua graciosa misericórdia ele me preparou para sua partida, e naquela mesma noite ele imediatamente cumpriu sua promessa enviando alguém para segura-la e orar por ela até que ela desse seu último suspiro.

Pastor Wright, honestamente posso lhe dizer que eu e meu marido fomos colocados nas chamas de fogo mas elas não nos consumiram. E hoje posso te agradecer por aquela mensagem que eu freqüentemente refleti ao longo dos anos, me perguntando se algum dia eu precisaria de tamanha força e conforto. Eu precisei... e obtive.

No amor de Cristo,

Sharon.


P.S: Eu prometi lhe contar no final da carta sobre como a Bethany foi milagrosamente curada. Como eu mencionei, mesmo que você e outros presbíteros tenham orado pela cura dela na Primeira Igreja da cidade de Kansas, a primeira cirurgia dela foi completamente sem sucesso. Depois que o Clark se formou no seminário nós assumimos uma pequena igreja na pequena cidade de Lufkin, no Texas, cujos membros eram 2 jovens e 18 idosos em bengalas e andadores. A segunda cirurgia estava marcada em um hospital de elite em Houston, onde ela seria operada pelo melhor cirurgião de olhos dos Estados Unidos... o mesmo que cuida dos astronautas. No domingo à noite, o dia que precedia à operação, Clark pediu aos membros que viessem à frente para que pudessemos orar uma vez mais pela cura da Bethany. Eles impuseram as mãos sobre ela mas eu confesso que pensei ser uma perda de tempo uma vez que todos os professores do seminário e os superintendentes gerais da nossa denominação não obtiveram resposta à oração. Na segunda-feira pela manhã chegamos cedo no hospital. O médico fez um última exame apenas para medições finais. E aí mediram novamente... e novamente... Em seguida ele telefonou para um outro cirurgião para que a examinasse. Finalmente nos perguntou: “Vocês levaram essa criança em outro médico-cirurgião?”. Nós lhe dissemos: “Não, claro que não, o senhor é considerado o melhor do mundo! Onde mais poderíamos levá-la?” Desnorteada eu perguntei: “Mas por que o senhor quis saber isso?”. Ele respondeu que os olhos da Bethanyu estavam completamente normais e ele não poderia explicar isso uma vez que ela havia sido um dos piores casos que ele já havia visto em toda a sua carreira. Então eu lhe questionei: “O senhor acredita em oração?”. Ele replicou que não exatamente pois era ateu. Então lhe contamos que na noite anterior uns velhinhos da nossa igreja haviam ungido Bethany declarando a sua cura.

Vagarosamente ele foi até sua escrivaninha e se sentou. Ele ficou em silêncio durante um tempo e então ligou o seu gravador de voz em que ele ditava suas observações médicas. Após mencionar que agora os olhos de sua paciente estavam normais, terminou dizendo: “Eu decidi cancelar a cirurgia de Bethany Rivas... um médico maior que eu já operou nesta criança...”

Bethany sabia essa história muito bem. Ela nunca poderia negar o poder milagroso de cura de Deus. Eu finalmente entendi o seguinte... Deus algumas vezes permite que nós passemos por determinadas dificuldades pois Ele está tentando alcançar alguém mais. A Bethany não foi curada na primeira vez pois havia um experiente médico em Houston, prestes a se aposentar, que era ateu e precisava saber que Deus realmente existe! Também aprendi que a grandeza dos milagres independe da grandeza de títulos daqueles que oram pelos milagres. Deus tem um motivo para não nos curar... ou para não nos curar ainda. Ele tem o seu Próprio plano divino... e a maneira Dele é maior do que a nossa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário